O que fazer na Floresta Amazônica – Roteiro de 3 dias (3/3)

Se você caiu aqui de paraquedas esse é um post de uma série que escrevemos sobre o que fazer na Floresta Amazônica, num roteiro de 3 dias. Nós já falamos sobre:

E hoje é o dia 3 (e último) na selva amazônica. Dormir acampada na selva foi uma experiência única, principalmente para mim (Mari). Eu normalmente sou uma pessoa bem tranquila quanto a ter medo (mentira, eu morro de medo de agua e de me afogar. Também tenho um medo irracional de baratas). Portanto, eu não achei que dormir na selva seria um problema quanto a medo.

Noite sombria

Mas depois que a gente voltou das estrelas a fogueira já tinha apagado e a luz natural da lua foi tampada pelas altas árvores que rodeavam o acampamento. Durante nossa pesquisa de roteiro sobre o que fazer na Floresta Amazônica, esse era um dos momentos que mais parecia tenso para nós, mas cada um deitou em sua rede e simplesmente dormiu. Então a floresta começou a fazer barulho. De insetos, de sapos, de peixes, de coisas rastejando, de pássaros. Só que estava tudo absolutamente escuro e não dava para ter ideia do quão longe (ou perto) as coisas estavam de nós. Na verdade parecia que tudo estava mais perto do que deveria.

O que me ajudou a dormir foi pensar em tudo aquilo como uma criação perfeita de Deus. Eu era a intrusa ali na verdade, a floresta estava ali do jeitinho que ela sempre foi. Então tentei aproveitar aquele momento admirando a beleza dos sons noturnos. Ajudou.

Acordei no meio da noite com vontade de fazer xixi. Chamei o Bruno porque a gente tinha combinado desse jeito. Verificamos se não havia animais dentro de nossas botinas antes de colocá-las no pé e fomos no matinho com a ajuda da lanterna. Evitei olhar para o chão e foi tudo bem.

Acordei com o dia clareando, era pouco mais de 5h da manhã. Tentei dormir mais um pouco, mas sem sucesso. Acordei o Bruno e fomos fazer nossa higiene pessoal que consistiu em: xixi no mato, lenços umedecidos da cintura para cima, água no rosto e nas mãos,  escovar os dentes na beira do rio, álcool em gel nas mãos e repente por cima de tudo isso.

As pessoas foram acordando aos poucos e o guia foi fazer nosso café da manhã. A receita do café da selva é: esquenta a água na fogueira e quando está fervendo joga o pó de café (assim mesmo, sem coar nem nada). Pega um pedaço de brasa da fogueira e mexe o café com madeira e brasa. Adoce a gosto. Bruno disse que estava ótimo!

A casa do caboclo

Casa de ribeirinho às margens do rio Juma

Depois do café recolhemos o acampamento, os lixos, carregamos o barco da Iguana Tour e fomos embora. E apesar da experiência incrível foi o momento de maior alívio para gente. Navegamos até a casa de um nativo e aí rolou outro tapão na cara.

Caminhamos pelo terreno desmatado na beira do rio, porque somente o nativo tem autorização para desmatar, contanto que ele use essa terra para plantar para subsistência. E foi exatamente isso que encontramos lá: plantação de todo o tipo. Ali também conhecemos o fruto usado como tinta pelos índios e eu fui pintada de índia pelo guia.

Além do quintal, conhecemos a parte que a família produz farinha e a cozinha da casa. No cômodo da produção de farinha vimos o alfabeto e algumas palavras na parede e o Cobra nos explicou que as famílias reforçam o que é estudado na escola em casa, senão a criança demora muito a aprender porque ela não tem onde utilizar. Ali não tem trabalho, eles plantam e pescam somente para sobreviver.

Local onde os caboclos preparam a farinha de mandioca

Cobra nos mostra os papéis com alfabeto e tabuada utilizados pelos caboclos para ensinar seus filhos

Energia elétrica ainda não chegou, mas o governo prometeu que vai chegar logo. Enquanto isso eles tem que pescar e consumir no mesmo dia, senão estraga. O posto de saúde não tem um atendimento muito bom e normalmente as crianças nascem em casa sem pré natal. Remédio é feito com as plantas da selva.

Na cozinha há uma pequena barraquinha com artesanato local para o turista comprar. Compramos um filtro do sonhos e essa foi a única coisa física que trouxemos da selva. Cobra nos explicou que a visita na casa das famílias acontece em forma de rodízio, cada dia é uma família diferente, “para não estragar o morador local.” É importante que eles continuem a viver sua própria realidade e não fiquem dependendo apenas do turismo.

Uma dica pessoal: quando estiver procurando sobre o que fazer na Floresta Amazônica, não deixe de incluir esta visita no seu roteiro. Saímos de lá pensativos. Quanta coisa que é tão normal para gente e que para eles não é nem o essencial.

Enquanto voltamos para pousada fomos presenteados com a dança dos botos. Eles estavam brincando em uma parte do rio que estávamos passando. O guia parou o barco e nós ficamos observando, tirando fotos e aproveitando aquele momento. Conseguimos ver botos cinza e botos rosa.

Indo de volta para… a cidade!

Chegando na pousada fomos direto para o banho! Foi o melhor banho gelado da vida. Fazia calor e o tempo estava abafado como sempre. Almoçamos, voltamos para o quarto, colocamos tudo de volta nas mochilas e partimos de volta para Manaus.

Pegamos chuva no primeiro percurso de barco. Pegamos um motorista maluco no primeiro percurso por terra de kombi. Conseguimos sinal só lá no encontro das águas e foi como acordar de uma outra vida, depois de 3 dias sem internet ou se quer sinal de celular.

Chegamos exaustos ao hotel, corri para um banho quente e para aproveitar a cidade. Mas o que fizemos em Manaus vai ser assunto para o próximo post.

E aí, tem mais alguma ideia sobre o que fazer na Floresta Amazônica? Conta pra gente aqui nos comentários.

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