O que fazer na Floresta Amazônica – Roteiro de 3 dias (2/3)

Se você pegou esse post aleatoriamente em uma pesquisa online ou na indicação de um amigo eu preciso te explicar que ele é uma continuação de toda nossa experiência sobre o que fazer na Floresta Amazônica e em Manaus. Nós registramos toda a experiência nos Stories do nosso Instagram. Este é o quarto post dessa série.

  • Primeiro escrevemos uma visão geral sobre a nossa opinião e experiência durante toda a viagem (acesse aqui);
  • Depois falamos do roteiro da selva, a agência que contratamos e como fizemos as escolhas (acesse aqui);
  • E aí veio efetivamente o relato do dia 1 (acesse aqui);
  • E agora vamos começar o relato do dia 2, talvez o mais intenso de toda a viagem.

O dia começa cedo

Amanhecer na floresta amazônica

Acordamos antes do sol nascer. A floresta parecia sombria e fria. Colocamos calça e manga comprida e descemos a grande escadaria da pousada até a área de banho e também ponto de saída das canoas para os passeios. Os gringos foram chegando e embarcamos para o passeio que nos prometia ver a floresta acordando.

Logo na saída da pousada o dia clareava e o céu tinha aquele tom colorido que parece pintura. Ainda havia muito mosquito, barulho de peixes e pássaros. Eu não lembro de ver o dia nascer tão bonito quanto naquele dia.

Enquanto a canoa navegava pelo rio a gente conseguia ver grandes grupos de pássaros que acordavam nas árvores inundadas no meio do rio e com absoluto silêncio a gente conseguiu chegar bem perto deles. O guia desligava o motor da canoa e deixava que ela deslizasse pelo rio enquanto se aproximava dos pássaros remendo silenciosamente. Eu me senti numa expedição e foi incrível. As fotos desse dia provavelmente são os registros mais bonitos que temos de toda a viagem.

Depois de mais ou menos 2 horas de passeio (que pareceram uma vida!) a gente voltou para a pousada e o café estava servido. Tinha pão, bolo, café, leite e frutas.

Aprendizado na floresta

Logo após o café foi hora de sair para a caminhada ecológica, seria a primeira vez que desceríamos da canoa para a mata efetivamente desde que chegamos. Dessa vez o grupo foi maior, mas não prejudicou em nada nossa experiência. A caminhada é toda feita em mata fechada, sem trilha marcada. E nessa hora a gente tem que confiar muito que aquela criatura que conhecemos como Cobra sabe o que está fazendo e conhece o local, porque nós dois certamente teríamos morrido ali se dependesse de nossos conhecimentos para achar o barco novamente.

A gente vai caminhando pela floresta enquanto ele vai nos mostrando os segredos que somente quem é nativo conhece. Árvore que dá leite, cipó do Tarzã, palha que faz telhado ou artesanato (ele fez uma coroa para cada moça do grupo). Também teve repelente natural de formiga, cipó que dá agua e larva comestível que tem proteína. Alem dos remédios contra malária e anticoncepcional.

É claro que bebemos água do cipó

 

E comemos uma larva!

A umidade e o calor são pesados. Levamos água e foi essencial. Mas vale a pena o esforço e o suor. Além de todo conhecimento local, ainda tem a experiência de sentir aquele local intocado pelo homem, o cheiro de mato, o som dos pássaros e dos macacos.

Não teve cobra (a não ser o guia, rs), nem leopardo, nem escorpião. Inclusive macaco teve só no som, porque a gente também não viu. Chame de azar ou sorte. Bruno esperava ver mais bichos, mas não foi algo que de fato deixou a nossa viagem mais pobre ou mais chata. A escolha em usar botas de caminhada foi a melhor que fizemos. Estabilidade e conforto prevaleceu durante todo o passeio.

A caminhada durou mais de duas horas e voltamos para a pousada já na hora do almoço. Almoço normal, como o almoço e jantar do dia anterior. Depois do momento alimentação tivemos que esperar longamente até as 16h para sair para o acampamento de selva. Aproveitamos para cochilar (já que tínhamos madrugado) e tirar algumas fotos na pousada.

Acampamento na selva

No final do dia pegamos nossa canoa novamente e viajamos por mais de 2 horas até o acampamento. Nosso guia gostava de passear pelos rios, entrar em caminhos de floresta alagada para que a gente pudesse aproveitar a paisagem e o passeio. Foi muito legal porque ele era realmente apaixonado pelo lugar que morava e amava observar as paisagens como se fosse a primeira vez que estava ali. E também, como não amar uma maravilha dessa?

Chegamos no acampamento com o dia claro. Ajudamos o guia a descarregar tudo da canoa (redes para dormir, comida, água e outros itens necessários para a nossa estadia de uma noite). Já existia um bangalô com a estrutura para montarmos as redes. Então ele nos ensinou e começamos a montar. Só que aí houve um imprevisto: não tinha rede e mosquiteiro para todo mundo. O outro guia confundiu o saco e eles acabaram trocando. Resultado, ele pegou a canoa e voltou na pousada para buscar as redes e mosqueteiros que faltavam.

Isso levou em torno de duas horas. Duas longas horas sem nada para fazer, sem telefone, cheio de bicho e sem energia elétrica, ou seja: tudo no escuro. A gente olhou um para cara do outro e pensou: o que a gente tá fazendo aqui? Porque é que a gente não pediu para voltar para a pousada com o Cobra? Só tinha gringo no grupo e a gente não queria conversar com eles. Talvez com um grupo de brasileiros a experiência tivesse sido diferente, ou não. Pelo menos o sentimento de roubada era mútuo. hahahahahaha

Noite na mata

Caiu a noite e os insetos atacaram pesado. Não que eles estivessem nos picando de fato (até porque tomávamos banho de repelente de hora em hora), mas eles ficavam em volta fazendo barulho na orelha e incomodando. Os turistas resolveram acender uma fogueira para tentar espantar animais e insetos. Deu trabalho, ninguém conseguia manter o fogo.

O Cobra finamente voltou com as redes, melhorou a fogueira, colocou o arroz para cozinhar e o peixe na grelha para o jantar. O jantar estava delicioso, mas estávamos morrendo de fome.

Fogueira para ajudar a espantar os insetos e preparar o jantar

Depois do jantar saímos para ver as estrelas e só de lembrar enquanto eu escrevo a vocês eu me arrepio. Foi o céu mais lindo que eu vi em toda a minha vida. Provavelmente a paisagem mais lida de toda a viagem. As estrelas eram tantas que iluminavam o rio. O silencio era absoluto (porque o motor da canoa estava desligado) e dava vontade de ficar ali para sempre.

Depois de alguns minutos de passeio a lua apareceu no cruzamento de um rio com outro e parecia que era o sol, de tão brilhante. Ela refletia no rio e aí tínhamos duas luas brilhando. Não temos fotos, a câmera do celular não nos permitiu registros apropriados. Mas a imagem que eu guardei de recordação em meu coração vale mais do que qualquer registro fotográfico.

Vivemos todo o perrengue e roubada da selva para podermos ter essa experiência única.

Voltamos para o acampamento e foi hora de ir para rede dormir. Os mosqueteiros realmente salvam e bloqueiam os insetos. Sem eles não seria possível dormir. A noite foi longa, escura e – para mim – levemente assustadora. Mas isso é assunto para começar o próximo post.

E aí, tem mais alguma ideia sobre o que fazer na Floresta Amazônica? Conta pra gente aqui nos comentários.

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